terça-feira, 20 de agosto de 2013

As mesmas ruas, as mesmas pessoas.


As mesmas ruas, os mesmo lugares, alguns com uma pintura nova, ou trocou o portão de entrada da fachada da loja. Já as pessoas continuam as mesmas, mais velhas é claro. E para aquelas que não estão mais por aqui, parece que de algum modo entra um substituto no lugar para ficar conhecido como "aquele tiozinho lá", ou "Zé do 30".
Mais ou menos assim que vejo a vida no bairro onde moro. Vivo aqui desde que me entendo por gente, hoje tenho 25.
É estranho, ou normal, mas enquanto alguns assume a casa dos próprios pais, ou viram de certa forma os próprios pais, tanto na forma física como no comportamento e hábitos, eu sempre me vejo olhando pra dentro de mim e pensando, "o que ainda estou fazendo aqui?".
Cada vez mais o lugar onde vivo, a casa em si tambêm, vira a casa dos meus pais. Não tenho quase nenhuma ligação com lá sem ser eles. Isso é um bom sinal? Me pergunto.
Não tenho muito para onde "fugir", não ainda. E nem sei se essa vontade é mais gerada por um medo de virar uma dessas "pedras" que não mudam de estado e lugar, do que uma real necessidade.
Sou filho único, argumentar que quero morar sozinho, fica me parecendo uma besteira, porque não juntar uma grana e dar uma entrada em um apto? É sempre o que todos me falam.
São bastante perguntas, quase todas criadas por essa visão do bairro onde vivo que não muda, ou eu que mudei demais e já próprio nem me reconheço mais.

Um comentário:

  1. E quando ficar mudando, vai ver as mesmas pessoas em outras pessoas, e as mesmas ruas em outras ruas. Vai acabar por fim, procurando, em outros lugares e em outras pessoas, aquilo que se assemelhe ao que esta acostumado.
    O importante não é a preocupação de se tornar uma pedra, a preocupação tem que ser, qual será a pedra que vai transformar, e o que vai mudar a sua volta.
    Afinal, pedras são sempre pedras, singulares e, praticamente únicas.

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